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Notícias Operação “Pinguim”



Após receberem tratamento de reabilitação no Instituto Argonauta, 36 animais foram salvos e poderão retornar ao habitat em operação que teve apoio do INPE e da Marinha do Brasil.

 

No último dia 17, sexta-feira, técnicos do Instituto Argonauta realizaram a soltura de 36 Pinguins-de-Magalhães na região do litoral norte de São Paulo. Estes animais, que migraram da costa da Patagônia Argentina e Ilhas Malvinas durante o inverno, vieram parar na costa brasileira, onde foram resgatados e encaminhados ao Instituto para receberem tratamento de reabilitação. Agora, tiveram a chance de voltar às regiões de origem.

A operação realizada por técnicos do Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha – que realiza este trabalho de cooperação para salvar animais marinhos com o apoio do Aquário de Ubatuba desde 1998 e convênio com a Petrobrás desde outubro de 2011 – e contou com o apoio do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Marinha do Brasil.

Nesta temporada, pela 1ª vez no Brasil, além das anilhas (anéis metálicos de identificação que permitem a recuperação de informações, caso sejam reencontrados), um animal que recebeu o apelido de “Capitão”, como alusão ao pinguim da serie “Madagascar”, foi solto com um rastreador, com sistema GPS e monitorado por satélite, que transmitirá em tempo real as condições de temperatura e localização do animal.

As medições, neste primeiro momento, serão feitas três vezes por semana visando testar a metodologia, que em um futuro estudo poderá fornecer dados para os pesquisadores entenderem o que ocorre com os animais após a reabilitação e soltura.

Há alguns anos, o número de pinguins encontrados no litoral brasileiro aumentou consideravelmente e, embora haja um processo de seleção natural, não se sabe ainda o quanto a ação humana (poluição do mar, pesca predatória, entre outros) tem interferido na sobrevivência desses animais durante a migração anual.

No ano passado, 62 pinguins foram liberados, e apesar dos esforços das instituições que atuam na reabilitação destes animais, ainda não é claro para os pesquisadores o que acontece com eles após serem devolvidos ao mar.

Segundo o Oceanógrafo Hugo Gallo, coordenador da operação, Presidente do Instituto Argonauta e Diretor do Aquário de Ubatuba, “a escolha da data e do ponto de soltura destes animais foi planejada de acordo com as condições dos ventos e das correntes marítimas que aumentam as chances de retorno às colônias de reprodução. A definição exata do ponto de soltura, que foi a 150 km da costa (imagens 1 e 2), latitude 024º38´10 S, longitude 044º15´30 W, 550m de profundidade e temperatura da água a 28ºC, bem como o transporte destes animais até lá, não poderia ser realizada sem o apoio do INPE, que transmitiu as coordenadas geográficas das correntes marítimas, e da Marinha do Brasil, que concedeu a embarcação Navio Patrulha Macaé (imagem 3).” Agradece Hugo Gallo. Ainda, aqueles pinguins que forem considerados inaptos à soltura pelos veterinários, serão encaminhados a zoológicos e aquários pelos órgãos governamentais de gestão de fauna.

 

Imagem mostrando a temperatura da superfície, onde "X" representa a posição da soltura. Imagem cedida pelo INPE.

Imagem mostrando a temperatura da superfície, onde “X” representa a posição da soltura. Imagem cedida pelo INPE.

Imagem mostrando a clorofila da superfície, onde "X" representa a posição da soltura. Imagem cedida pelo INPE.

Imagem mostrando a clorofila da superfície, onde “X” representa a posição da soltura. Imagem cedida pelo INPE.

Embarcação Navio Patrulha Macaé. Imagem cedida pela Marinha do Brasil.

Embarcação Navio Patrulha Macaé. Imagem cedida pela Marinha do Brasil.

Pinguim “Capitão” já com o rastreador.

Pinguim “Capitão” já com o rastreador.