Instituto Argonauta registra 60 ocorrências envolvendo animais marinhos, aquáticos e silvestres no último mês

Publicado em 13 de março de 2023

Ao todo, foram atendidos 50 animais marinhos, sendo que as espécies tartarugas-verdes, toninhas e atobás foram o maior número de ocorrências de cada grupo no período

As aves marinhas representam 14% dos registros com predomínio do Atobá da espécie Sula leucogaster. (Créditos: Divulgação/Instituto Argonauta)

As aves marinhas representam 14% dos registros com predomínio do Atobá da espécie Sula leucogaster.
(Créditos: Divulgação/Instituto Argonauta)

O Instituto Argonauta, que atua nos quatro municípios do Litoral Norte de São Paulo – Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba – contabilizou no mês de fevereiro 60 atendimentos a animais marinhos, aquáticos e silvestres. O atendimento a animais marinhos foi realizado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), já o atendimento a animais aquáticos e o atendimento emergencial de animais silvestres foi realizado através do  Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos (CRETA) da instituição que, embora não tenha como objetivo o atendimento a animais silvestres realiza o primeiro atendimento e estabilização, para depois encaminhar para as instituições parceiras.

Ao todo, foram atendidos 50 animais marinhos pela equipe PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, sendo a maior parte das ocorrências registradas em Ubatuba (65%), seguida de São Sebastião (20%), Ilhabela (10%), e Caraguatatuba (5%). As tartarugas representaram 50% dos casos, com ocorrência da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas). 

Já os mamíferos marinhos representaram 36% das ocorrências contabilizadas no período, com registro apenas de encalhes de animais mortos nas praias da região. Neste grupo, a espécie de maior ocorrência foi a Toninha (Pontoporia blainvillei) – o menor e mais ameaçado golfinho da América do Sul. Coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, a bióloga Carla Beatriz Barbosa alerta sobre os impactos aos quais a população de Toninhas está sendo submetida. “Temos visto um número considerável de ocorrências de Toninhas mortas, muitas com uma morte relacionada à captura acidental pela pesca, que é considerada hoje a maior ameaça à essa espécie, seguida pela poluição do ambiente marinho”, alertou.

Apesar de não intencional, essa captura pode levar a espécie a um risco grave de extinção. Carla ressalta que a situação está longe de ser facilmente resolvida, porque existem também importantes questões sociais e econômicas. 

As aves marinhas representam 14% dos registros com predomínio do Atobá da espécie Sula leucogaster. Os atobás viajam longas distâncias para se alimentar. Mergulham até 15 metros para capturar a presa e assim que chegam perto da água colocam as asas para trás para aumentar a velocidade. Às vezes, a velocidade é tão alta que alguns animais, quando não conseguem mergulhar corretamente, se machucam, podendo até causar fraturas nas asas. Presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto explica que essa é uma causa natural do aparecimento de animais enfermos desta espécie nas praias da região. “É comum acontecer de encontrar os animais com asas fraturadas por causa do mergulho”, frisou. Ele ainda atenta para a velocidade que algumas espécies de atobá conseguem atingir em mergulho, chegando à marca dos 110km/h. “Eles são alguns dos melhores pescadores que existem no mar”, explica o oceanógrafo.

O atendimento de animais marinhos encontrados encalhados, mortos ou debilitados é realizado pela equipe PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, que realiza o monitoramento diário das praias na região do Litoral Norte de SP. Diariamente, as equipes compostas por técnicos e monitores, percorrem as praias a pé, de moto, bicicleta ou de barco, registrando e atendendo essas ocorrências.

Os animais chegam até a instituição através das equipes de monitoramento ou por meio do acionamento da população. Os animais marinhos são atendidos no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de Animais Marinhos, localizado na base do Instituto Argonauta em Ubatuba, e recebem os cuidados  de um corpo técnico especializado no atendimento, diagnóstico e reabilitação, além de realizarem as necropsias daqueles que foram encontrados mortos ou que venham a óbito. Aqueles que se recuperam retornam ao ambiente com os devidos cuidados e protocolos para reinserção. 

Com o PMP, foi criada a Unidade de Estabilização (UE) em São Sebastião, também do Instituto Argonauta, com o objetivo de dar suporte ao atendimento dos animais encontrados em São Sebastião, Ilhabela e região sul de Caraguatatuba. Os animais permanecem na UE até estarem aptos para o transporte e assim finalizarem o tratamento no CRD. 

Duas aves marinhas foram devolvidas para a natureza depois de passarem pelos cuidados da equipe técnica PMP-BS do Instituto Argonauta e, as tartarugas-verdes (Chelonia mydas), foram devidamente encaminhadas para o Projeto Tamar de Ubatuba, para reabilitação. 

Pelo CRETA, um dos projetos do Instituto Argonauta, foram atendidos 10 animais vivos. As aves representaram a maior parte das ocorrências, representando 60% dos atendimentos no mês de fevereiro deste ano. Montado em parceria com o Aquário de Ubatuba, o Centro de Reabilitação do Instituto Argonauta realiza o resgate e a reabilitação de animais marinhos e aquáticos no litoral norte de São Paulo. 

Sobre o Instituto Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

Sobre o PMP-BS

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos.

O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.

Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte: www.comunicabaciadesantos.com.br 

Seja um Argonauta!

Venha conhecer o Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP, aberto diariamente.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-642-3341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833.4863 – 3833.5789/ (12) 3834.1382 (Aquário de Ubatuba)/ (12) 3833.5753/ (12) 99705.6506 e (12) 99785.3615 – WhatsApp.

 

Informações para a imprensa:

Carine F. S. Corrêa MTB 67657/SP

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