INSTITUTO ARGONAUTA E AQUÁRIO DE UBATUBA DIVULGAM A 4ª EDIÇÃO DO BOLETIM DO LIXO NAS PRAIAS NO LITORAL NORTE

Publicado em 11 de março de 2019

O estudo se baseia em uma metodologia científica adaptada para a região, na qual a presença do lixo nas praias é classificada em quatro categorias: Ausente, Traços, Inaceitável e Caótico.

A 4ª edição do Boletim do Lixo nas Praias do Litoral Norte, produzido pelo o Instituto Argonauta, em parceria com o Aquário de Ubatuba, traz um estudo sobre a amostragem do lixo coletado durante o período de 01 a 28 de fevereiro de 2019, em 132 praias, ao longo de 140 quilômetros, compreendidos entre os municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.

O estudo se baseia na metodologia proposta por Earll et al., 2000, adaptada para nossa região, as quais: Ausente: quando não há evidência de lixo; Traços: predominantemente ausente, com a presença de alguns itens espalhados; Inaceitável: amplamente distribuído com algumas acumulações; Caótico: pesadamente contaminado com várias acumulações.

Ao longo do mês de fevereiro, foram 74 praias (56,1%) predominantemente classificadas como “Traço” e apresentaram algum indício de resíduos sólidos (lixo). As demais, 51 (38,6%) predominaram “Ausente” e sete (5,3%) “Inaceitável”, sendo essas, praias localizadas no município de Caraguatatuba e São Sebastião. De acordo com a média mensal, nenhuma praia foi classificada como “Caótico”. Porém, houve registros pontuais de “caótico” verificados nas praias Perequê-mirim, em Ubatuba, e nas praias da Enseada e São Francisco, em São Sebastião.

A bióloga do Instituto Argonauta, Natalia Della Fina, coordenadora do Boletim do Lixo, explica que a classificação diária registrada como “Caótico” deve-se à ocorrência de fortes chuvas, as quais trazem grande quantidade de matéria orgânica à praia. “Em meio a essa matéria orgânica, são encontrados resíduos de origem antropogênica (sob influência humana) tais como garrafas pet, copos, embalagens descartáveis, fragmentos de plástico e isopor, garrafas de vidro, preservativos, entre outros” ressaltou ela.

Em Ubatuba, foram realizados 1.596 registros, 63,7% classificados como “Traço”, seguido do -“Ausente” (33,8%), “Inaceitável” (2,2%) e “Caótico” (0,3%). Em Caraguatatuba, de 420 registros, 51,6% foram classificados como “Traço”, seguido do “Inaceitável” (30,3%) e “Ausente” (18,1%). Em São Sebastião, de 868 registros, 60,3% foram classificados como “Ausente”, seguido de “Traços” (33,4%), “Inaceitável” (5,8%) e “Caótico” (0,6%). Em Ilhabela, de 812 registros, 64,2% estavam com as praias “Ausente” de lixo, seguido de “Traços” (34,9%) e apenas 1% “Inaceitável”

Leia a íntegra do boletim no site www.institutoargonauta.org.

O objetivo desse estudo é alertar e sensibilizar turistas, moradores e autoridades da região do litoral Norte, afirma o presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba o oceanógrafo Hugo Gallo. “Esse estudo é uma importante ferramenta para orientar as políticas públicas de preservação do ambiente marinho, porque o lixo é uma das principais ameaças para a biodiversidade e para a economia da região, que depende basicamente do turismo”, afirma ele.

O lixo marinho sempre foi uma preocupação do Aquário de Ubatuba que, desde 1997, mantém uma Campanha Contra o Lixo no Mar em parceria com o Projeto Tamar e posteriormente com o Instituto Argonauta.

Praia Perequê-mirim, em Ubatuba, que foi classificada como “Caótico”, devido às fortes chuvas que atingiram a região


Praia Perequê-mirim, em Ubatuba, que foi classificada como “Caótico”, devido às fortes chuvas que atingiram a região

Sobre o Instituto Argonauta

O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos fundada em 1998 pela diretoria do Aquário de Ubatuba e atua em projetos de resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho.

Sobre o Aquário de Ubatuba

É o primeiro aquário privado do Brasil aberto à visitação do pública e pioneiro no conceito de educação ambiental por meio do contato direto com animais. Destaca-se no país pelos projetos e realizações ao longo de 22 anos e foi o primeiro aquário a ter um tanque de águas-vivas e de contato no Brasil. A instituição, ainda, é premiada e reconhecida por iniciativas práticas de conservação e por ter sido a primeira em colocar em exercício iniciativas sustentáveis. Atende, gratuitamente, estudantes de escola pública da cidade mediante capacitação de professores.

O Aquário de Ubatuba funciona de domingo a quinta-feira, das 10h às 20h, Sexta, sábado, feriados e em temporada, das 10h às 22h.

Rua Guarani, 859, Itaguá, Ubatuba/SP. Telefone (12) 3834-1382.